No evento da YouPix 2020, o ~slow content~ ou conteúdo lento (como gosto de chamar) entrou para a lista das maiores tendências do marketing digital, ainda que a ideia de desacelerar não seja nova.
Com a pandemia, o assunto ganhou mais atenção. Ficamos ~infoxicadas~, devido ao aumento do nosso tempo online e das milhares de oportunidades de vendas que brotaram.
Acho ótimo que algumas pessoas estejam interessadas em produzir conteúdo de um jeito diferente, mas, será que isso é para você?
Veja o caso dos vídeos e dos podcasts. Em 2017, quando comecei a publicar timidamente aqui, já se falava que o futuro seria dos produtores de vídeos e podcasters. Realmente: é. O que não significa que tá todo mundo fazendo.
O que é conteúdo lento, mesmo?
O conteúdo lento, como comentei neste artigo, é um conceito que surgiu para questionar a produção de conteúdo em escala industrial.
É um movimento que faz parte do Slow Living, também conhecido como Viver Devagar, e que te permite pensar se você precisa mesmo de tantas iscas digitais, que incluem e-books rasos, posts com frases inspiradoras, de rápida absorção e artigos de baixa qualidade, escritos na velocidade da luz.
Para não falar do disparo automático de e-mail marketing, de manhã e à noite, repetindo a conversa com palavras diferentes.
Queremos conteúdos originais, autênticos, mas até para criá-los já há uma porção de fórmulas e de regras. Para mim, não faz sentido.
Descobrindo o que funciona para você
Marketing consciente é entender o que cabe na sua agenda, no seu ritmo e no seu bolso.
Quando eu lia sobre ~tudo que você precisa para fazer marketing digital direito~, minha vontade era de sair correndo! Eu me sentia muito impotente diante de todos aqueles ~hacks~ necessários para bombar.
Trabalhando para uma empresa de marketing digital, em 2018, cheguei a pensar: ~Meu Deus! Nunca vou dar conta de produzir tanto, de usar tantas ferramentas, nunca poderei lançar um curso online ou trabalhar na internet, olha quanta coisa preciso saber e aplicar!~.
Eu admirava quem estava nessa batida, produzindo, ~fazendo acontecer~, mas não me via aplicando os métodos na minha própria carreira.
Conforme conheci o conceito de conteúdo lento, entendi que você pode NÃO seguir todas as regras do jogo. Você pode crescer devagar — se assim desejar, e também pode crescer rápido.
Há produtores, público e formas de trabalhar para todos os gostos.
A ex-louca dos cursos: sobre foco e intenção
Durante a leitura do Pequeno Manual de Slow Marketing, da maravilhosa Ana Fragoso, me identifiquei (e ri) com a parte em que ela diz que já foi a louca dos cursos. Que tentou abocanhar tudo de uma vez, porque ~tudo~ parecia essencial.
Já fiz dessas: eu queria executar tudo que era ensinado, mesmo me cansando, mesmo me descabelando pra dar conta. Resultado: aquilo deixou de ser um prazer; virou obrigação.
Não adianta nada saber que hoje 87% dos usuários online prefere consumir conteúdo em vídeo, se você não consegue colocar a cara na frente da câmera (Ana Fragoso).
O conteúdo lento é muito mais sobre a busca por sentido do que qualquer outra coisa.
Você NÃO TEM QUE produzir mais devagar se o teu negócio é sangue no olho, anúncio patrocinado, equipe grande, aceleramento digital.
Afinal, se tem tanta gente fazendo, como dizer que não dá resultado e que tudo é uma farsa? Você pode não aguentar aparecer nos stories 30 vezes por dia, mas tem gente que consegue e que encontrou nisso a melhor forma de estreitar o relacionamento com o cliente. Sem problemas!
O que quero deixar como mensagem é: ~tartarugar~, ~minhocar~ ou seja lá que nome você queira dar a essa ~lerdeza~ na forma de trabalhar não deve ser regra: isso só vai prestar se você se sentir bem.
Se não, melhor seguir com as velhas táticas do marketing tradicional, que não funcionaram para mim, mas podem funcionar para você.