Conteúdo raso e o mito do “quem não é visto, não é lembrado”

Há duas frases muito utilizadas no marketing digital que sempre me deixaram desconfortável. São as famosas ~feito é melhor que perfeito~ e ~quem não é visto, não é lembrado~.

Tudo bem: talvez eu tenha mania de perfeição. Sei que, no fundo, feito é realmente melhor que perfeito.

Agora, acreditar cegamente que ~quem não é visto, não é lembrado~, me parece um pouco… estranho.

Não existe só um jeito de produzir conteúdo

Sou do time que vive dizendo ~menos é mais~ e que enxergou no slow content (conteúdo lento/devagar) uma chance para não ficar tão mal com a minha ~tartaruguice~ na hora de produzir conteúdo.

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Eu tentando imitar os outros e produzir conteúdo loucamente.

Essa paranoia da produção em série, a qualquer custo, pra ~não ficar sem postar~ era enlouquecedora, pra mim.

Claro que frequência é importante se você quer se destacar. Mas não deposite toda a sua energia nisso.

Frequência sem qualidade não dá certo. Qualidade uma vez na vida e outra na morte, também não. É preciso equilibrar.

Na minha visão, não existe um único caminho para produzir conteúdo que impacta. É por isso que duvido de fórmulas prontas para obter resultados. No caso, para ~ser lembrada~.

Aquela coisa de postar tantos stories por dia, tantas vezes por semana e programar 50 lives de uma vez não é comigo.

Ainda mais porque tem muita coisa acontecendo ao nosso redor o tempo todo.

É tanta informação, tanta chamada, tanto ~olha eu aqui! compre agora! ative a notificação!~, que o nosso cérebro, por mais que queira, é incapaz de dar conta de tudo.

As pessoas não funcionam todas no mesmo ritmo.

Encontre o que faz sentido para você e não passe por cima da sua sanidade mental só porque te disseram que ~quem não é visto, não é lembrado~.

Adotar esse negócio de ~quem não é visto, não é lembrado~ como regra pode diminuir a qualidade do seu conteúdo e prejudicar a sua imagem.

O ponto é: como você quer que lembrem de você?

Adianta ser vista e lembrada como ~aquela doida que só fala sobre os recebidinhos~ ou ~aquele que sempre conta uma historinha triste com lição de moral~?

Os rótulos estão aí. Pense bem antes de agir.

Ficar no rasinho ou mergulhar profundamente: o velho debate sobre quantidade x qualidade

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Mergulhar ou não? Eis a questão.

Esses dias, li um post que me deixou bem pensativa. Era sobre aquela história de quantidade e qualidade. Fiquei um bom tempo relendo e analisando a guerra de comentários.

Alguns diziam que se você está começando, seu foco deve ser na quantidade. Que quanto mais você faz, mais você aprimora.

Ok, concordo: só se aprende fazendo. Só é possível melhorar, errando, escrevendo bobagem. Se você ainda não é conhecida no seu nicho e não construiu um público, é preciso aparecer, escrever, divulgar, publicar – mesmo que o conteúdo não seja absolutamente incrível.

Outros gritavam que a qualidade importa mais. Que conteúdo raso não gera valor. Que 2 posts muito bem escritos é melhor que 10 posts fracos.

Hum… quem vence essa disputa? Ninguém.

Qualidade e quantidade são aliadas

Pensando a respeito, cheguei às seguintes conclusões:

  • Produzir conteúdo de qualidade requer prática. Você não nasceu sabendo. Comece do seu jeito, mas esteja sempre disposta a melhorar.
  • Foque na quantidade que VOCÊ dá conta, não no que os outros disseram que vai funcionar.
  • A pressão para publicar com frequência pode atrapalhar na hora de criar um conteúdo que realmente atenda às necessidades do seu público.
  • Dê o seu melhor sempre que puder e não se sinta culpada se o resultado não aparecer rapidamente. Coisas boas levam tempo.
  • Quanto mais você produz, mais chance você tem de ser vista e despertar curiosidade: fato. Porém, quantidade não é sinônimo de qualidade.
  • Se você tá engatinhando na produção de conteúdo, planejamento e agendamento são essenciais para não desanimar.
  • Se você já tem vários textos publicados ou um público que te acompanha e se sente próximo, pode relaxar (não muito, mas pode).

As pessoas só esquecem de você quando o seu conteúdo não é bom

Sabe aquele cara que todo santo dia publica algo clichê e não te leva a pensar além da superfície?

Ou então aquela blogueira que só posta foto de comida, sendo que o nicho dela nem é esse?

Que tal aquele outro que dá as caras três vezes por dia falando sobre si e faz 30 stories religiosamente, mas, ainda assim, não consegue gerar conexão?

Pois é.

Quando a gente se conecta com uma pessoa por meio do que ela produz, é porque algo despertou dentro de nós. É porque aquilo que lemos ou assistimos foi útil, serviu, fez bem, mudou o nosso olhar, abriu a nossa mente.

Eu acredito que as pessoas só se esquecem de você quando o seu conteúdo é ruim. Quando você prefere ~discursinhos~ motivacionais, que dizem mais do mesmo, ao invés de uma experiência autêntica. Quando você não soluciona as dores do seu público. Quando você não conversa, não se mostra ou, pior, quando mostra só o lado positivo, lindo e florido das coisas.

Leva isso pra vida: as pessoas que você impactou e ajudou – seja com um texto, um vídeo ou um desenho engraçadinho – não vão te esquecer.

Conteúdo bom marca. Conteúdo bom te posiciona e te faz ser lembrada mesmo quando você some.

E digo mais: quanto maior o medo de ~perder seguidores~ ou ~ser esquecida~, maior a necessidade de rever a sua produção de conteúdo. É hora de verificar as lacunas, melhorar, ajustar.

Afinal, se você não acredita no que tá sendo feito, ninguém mais vai acreditar.

Então, capriche. Entregue-se. Crie conteúdo por prazer e não por medo. Apareça porque você quer aparecer e transformar. Ajude alguém com o que você vai publicar. Se esforce e dê às pessoas o que elas tanto querem: um motivo para se conectar.

1 pessoa se atreveu a comentar

  • Interessante a postagem Patrícia, estava procurando por esse lado ” negativo” do marketing de conteúdo.

    O que você acha do engajamento “forçado” em lives? ( Entendo que devemos fazer CTA adequadas), como meta de likes para disponibilizar um PDF, uma gravação da live, isto realmente traz leads qualificados?