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AHHH, SOCORRO!
Alguém mais andou se perdendo em meio a tanto convite e tanta informação?
Levanta a mão aí que é sobre isso que vamos conversar agora.
Um cenário nada favorável para pessoas ansiosas
Eu acredito que todos nós, em algum nível, sofremos de ansiedade e depressão. Uns mais, outros menos.
Com o coronavírus pintando e bordando mundo afora (não é só uma ~gripezinha~, Brasil!), isso ficou evidente.
Muita gente se viu sem chão. Muita gente descobriu que ~Opa! Então a vida não é só trabalhar pra botar comida na mesa e pagar as contas?~. Vamos combinar: para quem vivia no piloto automático, sem um pingo de consciência, uma descoberta dessas pode ser bem assustadora.
E aí vem a importância do autoconhecimento em tempos difíceis.
Autoconhecimento pra quê?
Apesar de me sentir relativamente positiva e conseguir enxergar um sentido mais profundo em tudo que está acontecendo, também andei me abalando – mais com a atitude das pessoas do que com o vírus em si.
Fico um pouco triste de ver o autoconhecimento e a expansão de consciência sendo descartados nessas horas.
Porque é quando a água bate na bunda que a gente percebe a quantas anda a nossa capacidade de ficar bem. É nessas horas que entra a famosa resiliência.
É essencial, em meio ao caos, ter a capacidade de olhar para dentro, encarar nossas emoções e despertar para o nosso potencial ilimitado, indo na onda contrária do desespero e do inconsciente coletivo.
É cuidando de nós que entendemos como podemos ajudar o outro.
Diante de um cenário instável e perturbador, onde a maioria das pessoas foi buscar consolo? Nas redes sociais – de longe, o lugar mais fácil para gerar ansiedade, alterar o humor e plantar a (maldita!) sementinha da comparação.
Tá tudo bem não produzir, mas…
Fiquei quase 10 dias sem aparecer na rede social que mais gosto (Instagram) e quase 1 mês sem dar as caras no LinkedIn.
O bombardeio de notícias (a maioria ruins!), o compartilhamento excessivo de vídeos, os convites e grupos pipocando me deixam completamente louca.
O barulho externo ferra com a minha produtividade – que, em tempos de pandemia, já anda mais baixa que o normal. E pra piorar, comecei a me comparar.
Tá circulando por aí uma frase bonita que diz: “Tá tudo bem não produzir”. Na hora que li, me senti compreendida, abraçada.
Aí inventei de olhar pro lado e a frase praticamente perdeu o sentido. Sim, tá tudo bem não produzir… MAS é só parar um pouco para ver: tem muita gente produzindo.
E quando você não tá muito legal da cabeça (no dia que li essa frase, eu não estava), isso pode incomodar.
É praticamente impossível não se comparar quando vivemos num mundo que não para de falar!
Você sabe como é. Se não sabe, vou te contar.
Imagina a cena: você tá de boa na varanda mas, do nada, resolve dar uma espiadinha pelo muro e vê o vizinho cortando a grama, limpando o quintal, plantando, semeando, trabalhando, faça chuva faça sol.
Ah, pronto.
Você começa a ~minhocar~: será que eu também deveria estar fazendo alguma coisa? Será que vai chover amanhã? Será que vou me arrepender de ter deixado pra depois? Será que…?
E segue essa ladainha ad infinitum, meu amor.
Eu tô infoxicada e você?
Não bastasse a era da (des)informação, das fake news, do “mas eu vi no WhatsApp”, a gente tá sofrendo até mesmo com conteúdo bom.
Já ouviu falar de infoxicação?
Criado pelo físico Alfons Cornella lá em 1900 e guaraná com rolha, o conceito de infoxicação é perfeito para o momento atual.
Basicamente, infoxicação é a soma das palavras “informação” com “intoxicação”.
Originalmente, refere-se a pessoas compulsivas que perderam o bom senso e compartilham notícias sem pensar, sem avaliar a veracidade das coisas.
Mas aqui, me aproprio do termo para descrever o meu estado emocional e mental nos últimos dias.
Quando a gente fica infoxicada, até mesmo conteúdos de valor podem cansar.
Focar (muito) no externo (pode) piorar o interno
É claro que, por mais que o isolamento seja a melhor opção agora, nós não conseguimos ficar completamente imunes ao que acontece lá fora.
Tendo a internet como principal canal de comunicação, eu diria que o cuidado deve ser redobrado.
Comece a filtrar tudo que chega até você. Pergunte-se, sem medo, o que aquilo ali pode te trazer. Assim, ó:
- Esse conteúdo que estou lendo/assistindo tá me deixando mais ansiosa? (observe a velocidade dos batimentos cardíacos, a inquietação e respiração curta)
- Que diferença esse conteúdo realmente pode fazer no meu trabalho ou na minha vida? (observe se te dá ideias, se te injeta criatividade e mais ânimo)
- Estou querendo abraçar tudo porque todo mundo parece estar fazendo isso, menos eu? (observe a mania de comparação e o sentimento de inferioridade, de ser incapaz)
A partir desses questionamentos, separe o joio do trigo, sem dó.
Nem tudo é relevante. Nem tudo precisa ser lido, estudado, comprado e absorvido exatamente AGORA. Saúde mental em primeiro lugar.
Você tá bem? Então aproveita!
Quero deixar bem claro que eu não tô contra o povo lançando coisa, fazendo convites, aproveitando a onda para divulgar sua própria marca, oferecer serviços e tudo o mais.
Não é esse o ponto (aliás, parabéns pra quem tá conseguindo se reinventar e se vender no meio desse caos).
A ideia é refletir sobre essa necessidade IN-SA-NA de mergulhar em TODAS as coisas que aparecem na nossa frente. Falta de foco é uma coisa triste.
Pessoas altamente sensíveis, como eu, simplesmente não dão conta de acompanhar essa agitação toda. Quando tento, sinto na hora minha saúde despencar.
Para criar, eu preciso desligar. Para me aproximar das pessoas, eu preciso me afastar.
Acho que tudo é uma questão de contexto e de reconhecer o teu limite.
Por isso, se você tá bem e acha que conteúdo nunca é demais… manda bala, oras!
Mergulha, comenta, participa dos grupos, mete o bedelho, dá sua opinião, assiste vídeo, faz curso, baixa todos os e-books gratuitos que encontrar, vai lá, pode pirar seu cabeção à vontade – a hora é agora, corre que a porteira do conteúdo tá escancarada e a gente não sabe quando vai fechar! Ô delícia de internet, isso aqui tá um verdadeiro salve-se quem puder!
De novo: se você DÁ conta, se joga.
Porque eu não dou.
[…] o que consome na internet (e perceber quando a ~infoxicação~ toma conta do corpo e da […]