As minhas mensagens já não importam: já não fazem o coração acelerar, já não causam ansiedade. Você sente, por vezes até vê o celular vibrar, e se duvidar pode até correr para verificar – mas assim que realmente enxerga, percebe que não era mensagem de quem você queria que fosse.
Isso nunca tinha acontecido entre nós, até então. Você nunca tinha me deixado de molho por mais de um dia. Você nunca tinha se concentrado tanto em outro alguém, a ponto de não ver urgência em me responder. Doentio, eu sei. A forma como me respondeu me permitiu sentir diversas coisas, sabe. Me fez voltar no tempo. Me fez ficar no presente e imaginar um futuro muito diferente daquele que alguma vez eu sonhei pra nós. Que ideia, essa. Onde já se viu ficar amigo de alguém que você amou?
É isso que dá, querer me mostrar capaz, querer entender, querer compreender. Eu já devia saber. Acontece que a nossa ligação era única, ou pelo menos assim eu interpretava. Não é mais… não parece mais. Tenho imensa dificuldade de aceitar as coisas e pessoas como elas são. As situações me afetam num nível extremo, fazem a minha pressão baixar, aumentam os batimentos cardíacos, me deixam sem ar. Um sufoco que eu tento sufocar.
Não dá, sabe. Não dá pra entender. Me sinto pequena e egoísta diante de tudo isso, e talvez eu seja mesmo. Querer sua atenção como antes, querer me sentir especial como antes. Não sei dar tempo ao tempo, não sei te enviar uma mensagem e não esperar que você a responda. Não sei ficar completamente em paz vendo você tão em paz. Gostava daquele tumulto. Você recorria a mim de alguma forma. Já entendi tudo… vejo que você também.
Eu tento dar uma de superior, de pessoa evoluída emocionalmente, e te respondo na correria que tá tudo certo, tudo ok, tem que pedir desculpa não, viu? Quando por dentro sou pura febre. Quando por dentro me dói perder você nesses aspectos, naqueles, em tantos outros. Quando por dentro só eu sei como já não somos mais os mesmos.