Tô bêbada querendo escrever sobre a vida. Já escrevendo, na verdade. Tô ouvindo The Lumineers, apaixonada pela voz do cara – acho que é um cara – e tomando vinho enquanto a chuva cai.
Vinho da noite passada, trazido por uma amiga. Uma amiga que desperta o melhor em mim e me faz querer despertar o melhor nela. Às vezes duvido dela. Às vezes duvido de nós. Porque tantas coisas mudaram desde que a gente se conheceu. Ela me conheceu tão… cru. Me ouvindo contar como tenho reagido diante de algumas situações, enquanto comíamos a melhor sobremesa que descobrimos nos últimos meses, ela me olhou bem nos olhos e sorriu pra dizer: “Meu Deus, quem te viu, quem te vê… não dá pra acreditar em como você mudou.” Me emocionei por dentro, mas por fora eu ri. Era o vinho ou a minha alma, feliz.
Não dá pra acreditar como eu mudei. Não dá pra acreditar nas pessoas que cruzam o nosso caminho e nos estendem a mão. Não dá pra acreditar nas mudanças que acontecem dentro e fora de nós mesmas.
Quero chorar enquanto escrevo e ouço essa bendita música – que me dá vontade de sair por aí viajando com alguém. Com a mesma amiga de ontem ou com uma amiga nova. Com alguém que entenda que tomar vinho às 4 da tarde e vir escrever, mesmo enxergando algumas teclas distorcidas, é supernormal. É coisa de gente que sente muito. Que coloca uma banda gostosa pra tocar e viaja assim mesmo, sentada numa cadeira. Na companhia da chuva e das trocentas plantas novas que agora decoram essa casa rústica e toda torta. Rústica e torta – como eu. Como minha amiga. Como todas as rotas que a vida apresenta e que a gente só vai seguindo. Sem nunca saber onde isso leva e sem querer que isso tudo acabe.
Ainda tem vinho na geladeira – vou arriscar descer as escadas pra pegar. Estou tonta pensando nos caminhos da minha vida. Sem saber quando tudo isso acaba. Quero mais vinho. Pra brindar a vida, as amigas, os caminhos meio tortos. Desço as escadas, falando baixinho. Que eu amo essa vida. Tomara que não acabe.
Para uma experiência sensorial e embriagante (hahah), experimente (re)ler o texto ouvindo a música que me embalou: “Sleep on the floor“, The Lumineers. ❤🎶🍷