Primeiro encontro. A conversa tá boa, a gente ri pra caramba e por incrível que pareça rola um encantamento de ideias. Até que chega aquela hora, quase perto da despedida, ou às vezes até mesmo no meio do rolê, que o cara olha pra mim e pergunta: “Cê fuma um?”.
Pela centésima vigésima nona vez lá vou eu, com meu meio sorriso sem graça, responder: “Não, não… mas fica à vontade”. E também, pela milionésima vez, ouço: “Nossa, você é a primeira guria com quem eu saio que não fuma maconha”. Nessas horas nunca sei se me sinto deslocada por não fumar ou se me orgulho.
Às vezes queria fazer parte, às vezes não. O fato é que eu sempre me questiono por que atraio caras que fumam. Já não consigo lembrar se teve algum cara com quem eu saí que não fumasse (!!!). Ou ele fumava, ou não passamos tempo junto o suficiente para eu descobrir.
Quando converso com eles, a resposta é uníssona: “Sabe como é, fumo pra relaxar, pra esquecer da loucura do dia, pra me inspirar”. Hum. Legal. E eu medito. Afinal, também tenho lá as minhas doideiras. Mas confesso que ainda tenho esperança de um dia estar com alguém, num pôr do sol à praiana, que resolva sacar um belo chocolate do bolso, e me olhe como quem sabe que eu vou aceitar, mas pergunte mesmo assim: “E aí… tá a fim?”