Ele pulou na cama, todo feliz, com aquela meia branca agarrada no tornozelo e eu fiquei olhando: como é, a gente vai transar assim? De meias?
Eu curtia deixar minhas pernas sem depilar porque me sentia mais mulher, mais selvageria, então ele foi lá e me deu uma gilete de presente.
Ele gastou horas preparando um jantar, coisa que raramente fazia, e me fez imaginar as maiores delícias do mundo. Quando cheguei em casa, era basicamente legumes cozidos na manteiga e macarrão com queijo (e ele sabia que eu era intolerante à lactose).
Eu inventei de criar uma playlist pra sexo, porque ele era quieto demais na hora H. Eis que, quando as músicas começaram a tocar, ele gostou tanto que nunca mais parou de falar.
Ele achou bonito sugerir relacionamento aberto pra esquentar a relação, ao invés de olhar primeiro para as próprias emoções e inseguranças.
Eu resolvi bancar a gostosona e comprei lingeries que não tinham nada a ver comigo e um salto agulha sob o qual eu mal parava em pé. Ele, distraído, perguntou se eu estava indo a alguma festa à fantasia.
Ahhh, que preguiça dessas bizarrices da vida a dois!
Do amor montado…
Do afeto calculado…
Da atenção comprada.
Tanto tempo (e dinheiro!) pra entender que o verdadeiro tesão tá na essência. No compartilhamento de ideias. Na cara lavada, mas na alma entregue. Na pele nua, mas no coração acelerado. Erramos tentando acertar – e nem assim, chegamos perto do que é amar…