Aprendi a calar com você, que é tão conversador.
Você aprendeu a falar comigo, que sou bem mais quieta.
Aprendi a te preservar, depois de escancarar as suas fraquezas porque sozinha eu não sabia como lidar.
Você aprendeu a me preservar, depois de dividir com quem não valia a pena segredos tão bonitos de nós dois.
Estou aprendendo a te entender e você a ler em códigos.
Eu me guardo a sete chaves, mas você já abriu mais da metade.
Eu me fecho rapidamente quando me sinto invadida.
Você recua, analisa, repensa e vem com mais calma.
Eu reflito, permito, quero que você venha.
Ninguém está brincando aqui.
Eu me arrependo de ter me arrependido de ter te conhecido.
Você é a melhor coisa que me aconteceu.
Você é a coisa mais dolorida que já me aconteceu.
Mas sem você eu não seria eu.
Sem você a verdade me parece superficial.
Com você não há nada para esconder.
Você sabe muito de mim, eu sei muito sobre você.
Você é meu norte, mesmo eu sabendo muito bem para onde quero ir.
Você é vontade, mesmo eu querendo ficar a sós.
Você me divide em várias mesmo eu sendo uma só.
Foi tão difícil assumir.
Foi tão complicado permitir.
Amar você é literalmente colocar todos os tipos possíveis de sentimentos e chacoalhar, e jogar no liquidificador, e apertar o pulsar até tudo se transformar numa coisa só que eu não entendo.
Amar você é mergulhar no mar, do qual eu nem sou tão fã assim, e ser levada pelas ondas antes mesmo de conseguir raciocinar, e ser devolvida à areia em carne viva, é ver o sal entrar na pele, queimar, é parar diante do luar e não querer estar, por mais que doa, em nenhum outro lugar.
Amar você tem sido a maior aventura de todos esses anos.
Amar você é a maior loucura que ando cometendo comigo mesma.
Quem olha de fora não entende, não percebe, não sente e é por isso que eu preciso me calar.
Não quero que ninguém diga nada, não quero opinião.
Meu coração já fala comigo sobre você.
É ridículo falar de você pra quem não te conhece, pra quem não vê como tudo acontece.
Eu vejo.
Vejo você se superar.
Sei que é cedo, não queria te assustar.
Mas é que eu… eu pretendo ficar.