Em junho de 2014, me mudei para a cidade de Leiria, em Portugal, numa fuga desesperada de mim mesma. Eu vinha atravessando meses complicados, em que dormia e acordava com vontade de… desaparecer.
Em Leiria fui diagnosticada como uma pessoa com tendências depressivas e alta sensibilidade, depois de algum tempo ~amarrada~ em uma cadeira que mapeava todo o meu funcionamento cerebral e cardíaco.
Entendi, pela primeira vez, que eu não era doida. No resultado dos exames, apareceu que meu cérebro possui uma modificação genética no campo das emoções. Isso explicava porque eu sentia tudo de uma forma mais intensa do que as outras pessoas.
Não bastasse essa, descobri também que meu corpo exigia o dobro de serotonina para ficar bem.
Desde então, comecei um processo de reeducar minha mente e minha alimentação. É assim até hoje. Um pouco que me descuido, pronto: tô rolando no chão, sem vontade de fazer nada.
Em tempos de pandemia, minha atenção tá redobrada. A ansiedade chega, sim, mas eu tô sempre buscando as melhores formas de lidar com ela. De como me proteger.
E mais do que tudo: aprendo, um pouquinho cada dia, a valorizar o traço da alta sensibilidade. Autoaceitação muda tudo.
Ser sensível demais num mundo virado do avesso é foda, mas eu sei que não tô sozinha.